De manhã cedo quando o sol abre a cancela
Aqui na serra a lida vai alto do chão
A indiada guapa abre o pala no varzedo
Botando preso num bocudo redomão.
Neste meu jeito de campeiro e cantador
Me apeio e colho uma flor do cheiro de bem me quer
Talvez no rancho me espera aquela que queira
Onde meu poncho se enleia com perfume de mulher.
Vai,vai, vai meu cavalo campo a fora
Ouvindo do tinir da espora do ginete domador
Num trote largo cortando o chão colorado
E chegar lá no povoado pra rever o meu amor.
Este crioulo palanqueado no meu basto
Mangueia o pasto num bailado campo a fora
Não me detenha que ando a favor do vento
Buscando a contentamento onde uma cordeona chora
Detendo arranjo com retoço de pandeiro
Deixo a vida de posteiro que eu me agrado nas muié
Pedindo pouso no olhar de uma donzela
Me garanto e abro a goela pra cantar um chamamé.