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Cismando

Os Teatinos

De onde terás vindo
Vida matreira que hoje és minha!...
Que campos perdidos no infinito!...
Encontrei em ti consciência da razão maior para viver, que ter nascido
Vagando em pagos feito pela ausência
Despertando sois...
Amadureceste a sombra fria...
E eu sou mais do bem comum
Que tenho pela vida
Por saber que és o mesmo Deus
Que habita em mim
São iguais quem são sozinhos
Eu também sou tu,
Buscando a interpretação das querências
Num pago feito de saudade
Vivo lançando estrelas, madrugando luas...
...e eu que pensei que a roda fosse feita de chegadas e partidas!...
Mas a roda não chega, nem parte
Vive em torno de si
Para dar ao corpo da carreta
Como eu, ilusão de âncias percorridas!...

Deus plantou o homem na terra
Deu-lhe raízes no vento...
Voz ao pensamento,
Luta na paz, paz na guerra.
E o homem deparou em si a origem das perguntas
Eu sou a maior pergunta!...
Mas quem sou...
Não me basta de dia viver no corpo
E a noite viver na alma...
O homem que sou nasceu em mim!...
Pensou... sou semente...
Sou semente que chegou no tempo,
Pousei num ventre
Despertei nesta existência!...
Plasmado no estado de ser
Me fiz querência...
Alimento um elo cíclico telúrico da raça
Raçador, sou mais que um prosseguimento de meus avôs
Para que meus filhos sejam entre mim e meus netos.

...mas sei, que plantado num sono de terra
Voltarei um dia destes
A nascer da morte,
Porque a terra,
A terra é o maior de todos os ventres desta vida
Sou semente que chegou no tempo!...
E sou antes mesmo de saber que era...
Hoje que sei, não me permito morrer nunca!...

... mas se após a minha morte,
Não houver mais nada...
Faço deste neda
Uma espera... sem pressa, sem tempo,
Para tornar a ser um dia...
Por isto,...
Por mais que siga distante...
Sei que não saio de mim
Sou no princípio e no fim,
Razão pura da existência...
Que vagando na querência...

O som da palavra pura,
Na expressão do pensamento
É a estrada feita no vento
Onde transito sem forma...
Perfumando a brisa morna
Pela preguiça do tempo...

Tenho rimas de silêncio...
Quando em vulto me desfaço...
Vogando sobre meu passo,
No rumo que me convém,...
Deixando a rima que vem
Pro verso que nunca faço...

Por mais que siga distante...
Sei que não saio de mim
Sou no princípio e no fim,
Razão pura da existência...
Que vagando na querência...






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