Vamo batendo caco, tchê
A noite quente se debruça num floreio
Entre vaneios, é o olhar das querendonas
Um pandeirinho castigado lá no canto
Fazendo tranco pro compasso da cordiona
Cá nos meus braços uma china se acomoda
Quem tá na roda nas esporas não se enleia
Marcando passo numa vaneira baguala
Quase sem fala, cafungando ao pé da oreia
Bota que bota, gaiteiro veio campeiro
Taca ficando tuas garras sem ter pena
Deixa comigo, nesse tranco sou veiaco
Batendo caco nas cadeiras da morena
No luscofusco do entreveiro ninguém nota
Que ela se bota de dentaços no neguinho
Toma cuidado, china véia, que eu te ajeito
Se encho no peito e vou tapando de carinho
Prenda lindaça dessas de juntar famílias
Vida tranquila pra quem vive de farrancho
É hoje mesmo que te faço uma proposta
E o que tu gosta tem de sobra no meu rancho
Bota que bota, gaiteiro veio campeiro
Taca ficando tuas garras sem ter pena
Deixa comigo, nesse tranco sou veiaco
Batendo caco nas cadeiras da morena
De vez em quando um topetudo se alvorata
Uma guampa torta fazedor de entreveiro
Me empresta um lombo pra minha folha de três listas
E baixa a crista que eu sou galo do terreiro
É nessa hora que ela sente o que É perigo
Deixa comigo que eu te cuido minha neguinha
Gaiteiro veio mete a mão na canjebrina
Que só termina no clarear da manhãzinha
Bota que bota, gaiteiro veio campeiro
Taca ficando tuas garras sem ter pena
Deixa comigo, nesse tranco sou veiaco
Batendo caco nas cadeiras da morena