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Pendenga De Galo.

Os Nativos

Fui no buxixo do rapa, no rincão do João pintado
Tava assim de xinaredo, que nen mosquito em banhado
E a velha Xica Azaranha, solteirona e cafeteira
Coxichou para a mulherada, ta chegando um bagaceira.

Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo
Hoje eu danço, me desmancho
Nesta pendenga de galo

Fiz olho de peixe morto, e pisquei pra china Rita
Morenaça flor de tropa, mansa, fogoza e gasguita
Com a crina solta no lombo, e um jeitão de quem é dona
Se veio afrouxando as anca, que nen queixa redomona.

Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo
Hoje eu danço, me desmancho
Nesta pendenga de galo.

O Chico beiço emburrado, não gostou da pataquada
Com jeitão de corvo xucro, e sóio de vaca atolada
Deu um murro se levantou-se, rasgou a guela gritando
Oque será que jaguara no meu rancho anda cheirando.

Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo
Hoje eu danço, me desmancho
Nesta pendenga de galo.

Levantei, prendi-le grito, saiam da frente purguedo
Os machos se revoltaram, arrepiaram os xinaredo
Sapiei um mango na testa, nun tal de Juca Fincão
Saiu que nen mosca tonta, enterrou as guampa no chão.

Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo
Hoje eu danço, me desmancho
Nesta pendenga de galo.

Quase que rendi o umbigo, de tanta força que fiz
Dei coice em manotaço, de fazer enrrugar o nariz
E assim termino a pendenga, taqueliando de caroço
Só sobrou a xina Rita, cavalo no meu pescoço.

Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo
Hoje eu danço, me desmancho
Nesta pendenga de galo
Hoje eu danço, me desmancho
Nesta pendenga de galo.

Composição: Joao Altivo Araujo/Joao Fortunato Nunes Reis/Jose Carlos Falcao Furquim





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