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Biografia de Os Mulekes

nome é apropriado. Pela alegria e descontração, eles são mesmo uns moleques. Márcio (voz), Fabinho (voz e cavaco), Guilherme (pandeiro), Bruno (surdo) e Marcelinho (banjo) são OS MULEKES, a nova geração do pagode, nascida na cidade de Campos, norte do Estado do Rio de Janeiro.

Eles se conheceram há quatros anos e meio, mas há três que chegaram à formação definitiva com a entrada de Márcio. Ele cantava e tocava cavaquinho em outra banda, quando foi descoberto pelo empresário Rodrigo Bacellar. A idéia na época era, justamente, formar um bom grupo para levar a sério as rodas de samba que, até então, faziam de brincadeira. Deu certo. Márcio, hoje com 23 anos, teve que arriscar. Ele trabalhava como gráfico e sustentava a família (mãe e irmã) desde os 15 anos, mas a música estava na veia. O pai, separado da mãe, também tocava e fez com que Márcio aprendesse a arte do cavaco no velho instrumento do avô. Aí então a banda ficou completa. Completa e harmoniosa. Perfeitamente harmoniosa.

Os Mulekes têm uma alegria natural, que vira brilho intenso no palco, onde todos - especialmente Márcio - envolvem e dominam o público como veteranos. Assistir a um show desses meninos, aliás, é lembrar o início de grupos como o Só Pra Contrariar, Exaltasamba, Soweto... E não pensem que os grupos de pagode já consagrados são a única inspiração dos garotos de Campos. Eles ouvem de tudo e adoram Gilberto Gil, Djavan e Jorge Vercilo. Esses dois últimos, inclusive, estão presentes nos shows, uma vez que no repertório constam Meu bem-querer e Que nem maré.

Romantismo também não falta e isso fica bem claro quando a gente ouve o CD de estréia do grupo. Músicas como o primeiro single Opções (Umberto Tavares/Gustavo Lins), Gata manda ver (Márcio Lopes), Fantasia (Picolé) e História de amor (Edney Fernandes) são apenas quatro boas representantes do romantismo da terra da goiabada. Neste primeiro trabalho, o pagode d'Os Mulekes também dá espaço ao melody como Pedindo pra voltar (Alexandre Lucas/Abdullah/Carlos Isnard) e Uma chance (Sandro Balli).

Como sambalanço também não podia faltar, o produtor Prateado (que assina alguns arranjos e empunha o baixo em várias faixas) escolheu uma música dos irmãos Jorge e Paulo Santana, do Malakacheta, para dar ao CD uma boa pitada de swing. A música Se liga em mim encaixou-se direitinho ao jeito 'muleke' de ser do grupo: "A gente pode brincar legal no palco com essa música!", conta Márcio, que empolga com seu sapatinho luxuoso.

Não foi à toa que as faixas mais românticas ficaram na voz de Márcio. Além de ser o principal vocalista do grupo, ele é um sentimental apaixonado e emotivo. Ouvindo a música 12 de junho (Pezinho) pela primeira vez, ele se derramou em lágrimas. O resultado foi uma gravação emocionante, carregada de sentimentos.

Já Imprudência (Edna Só) e Papo de fã (Edna Só e Claudemir) - dois sambas mais animados - ficaram a cargo de Fabinho, que soube garantir a mesma qualidade nos vocais.

Alegria, romantismo, pagode da melhor qualidade, arranjos de Jota Moraes e Prateado, músicos do calibre de Mauro Diniz (cavaco), Rick (bateria), Carica (banjo) e muitos outros, além de composições de feras como Picolé, Délcio Luiz e Pezinho (dupla responsável por inúmeros sucessos do Exaltasamba): tudo isso faz parte de uma receita de sucesso. Sucesso que Os Mulekes vão fazer o Brasil conhecer.

Fiquem ligados porque se depender de Os Mulekes o pagode ficará em alta novamente.