Chegue amigo e te sinta bem a vontade
A hospitalidade é fruto do coração
Eu tenho orgulho em ter nascido gaucho
E muito luxo em viver nesse rincão.
De manha cedo quando o galo acorda o pago
Ceva um amargo com a erva bem caseira
Após o mate rapadura e bolo frito
E um cafezito preparado na chaleira

Se for amigo cordial e bem sincero
Herança guapa que eu trago desde guri
Boleia a perna índio velho que te espero
Lá no meu rancho não tem tranca para ti.

Depois da canha tem costela com mandioca
Na paçoca de um charque bem ouriado
Arroz crioulo, com lingüiça e pirão
E um feijão com toucinho enfumaçado.
De sobremesa tem queijo e marmelada
Batata assada e sapecada de pinhão
Leite bem gordo entreverado na cangica
Água na bica e uma prosa no galpão.

Chegue amigo e te sinta bem a vontade
A hospitalidade é fruto do coração
Eu tenho orgulho em ter nascido gaucho
E muito luxo em viver nesse rincão.
E quando a noite se debruça no meu rancho
Eu me desmancho nas cordas de um violão
E faço verso, abro o peito e canto alto
E assim exalto a gaúcha tradição.