Deixei minha terra, meus irmãos e os velhos pais
Eu, a cordeona e um sonho de menino
Parti solito pra lutar por ideais
Com fé em Deus e aura de um paladino
Gracias, meu Deus, por dar-me o dom de ser gaiteiro
Vim pra o entreveiro e fui templado em noite fria
Com a cordeona em meus braços, bem segura
Vou espalhando a cultura no Rio Grande em melodia
Pois o destino fez, de mim, um estradeiro
Um monarca fandangueiro pra quem campeia alegria
Pai do céu onipotente, abençoa os dedos do taita
Deixa eu seguir monarqueando embalando o Rio Grande à gaita
Pai do céu onipotente, abençoa os dedos do taita
Deixa eu seguir monarqueando embalando o Rio Grande à gaita
No amor à vida e na providência divina
Eu firmo a sina de viver pelas estradas
E, assim, chegar em cada recanto onde o povo
Me alcança um mate novo de esperanças bem cevadas
Um forte abraço, um aplauso e um sorriso
É a força que eu preciso pra encarar novas jornadas
Pai do céu onipotente, abençoa os dedos do taita
Deixa eu seguir monarqueando embalando o Rio Grande à gaita
Pai do céu onipotente, abençoa os dedos do taita
Deixa eu seguir monarqueando embalando o Rio Grande à gaita
E eu me inspirei na gaita do Moreno Maia
Do Miguelzinho, Zé Maria e Serapião
O João Maria, meu professor
Grande mentor que eu guardo no coração
Eu e a cordeona é uma gaúcha parceria
Que, dia a dia, se renova num gaitaço
Para entregar, com gauchismo, mundo afora
Uma mensagem sonora pra cada amigo que eu faço
E quem me escuta, no meu peito se arrincona
Pois, quando abram a cordeona, é o meu povo que eu abraço
Pai do céu onipotente, abençoa os dedos do taita
Deixa eu seguir monarqueando embalando o Rio Grande à gaita
Pai do céu onipotente, abençoa os dedos do taita
Deixa eu seguir monarqueando embalando o Rio Grande à gaita