Quando escuto esta cordeona chorando num vanerão
Abro o peito e vem átona, o amor pelo meu rincão
As rimas que brotam livres na alma xucra do taita
Misturam serra e fronteira no som puro dessa gaita.
Corcoveia gineteada, gaita velha de botão
Enquanto a indiada incendeia no embalo do vanerão
Esta cordeona que eu falo cruzou a nado o oceano
Mesclando sopro do fole o assobio do minuano
E trouxe atado nos tentos o xote, a polca e a rancheira
Pra cruzar com o bugio macho na marcação da vanera.
Cordeona guarda segredos quando se empina e repuxa
A fibra ancestral da Ibéria e a nova estirpe gaúcha
Na baixaria carrega lampejos , luz e verdade
E do teclado desprega anseios de liberdade.