José Atanágio Borges pinto / Dorotheo Fagundes
Xote
Sempre que danço esse xote puladinho
Levando a prenda pendurada no pescoço
Ela me aperta e eu me sinto pequenino
Embora seja um índio velho meio grosso.
O xote é bom pra se arranjar uma namorada
Afigurar quando o salão tem pouca gente
Ouvir a prenda murmurar apaixonada
Como tu dança tão gostoso e diferente.
De madrugada quase sempre alguém reclama
Pra que o gaiteiro toca bem de vagarinho
Ai como é bom um xote lento pra quem ama
Trocar abraço num embalo de carinho.
E dê-lhe xote, dê-lhe aperto, dê-lhe embalo
A noite é longa e o salão tem mais espaço
Pra quem conhece o trote duro do cavalo
É uma delicia o tropezito nesse abraço.