Milonga
Depois da lida sentava em frente ao rancho a matear
E no horizonte seus olhos ficavam a procurar
Uma poeira de estrada ou qualquer sinal de vida
Que identificasse a volta de sua prenda querida.
Mas como nada acontecia a esperança era pouca
E aquele mate de espera lhe queimava o céu da boca.
Então pegando no pinho
Abraçando com carinho cantava com uma voz rouca.
Gauchinha, gauchinha tem pena da minha dor
Eu peço que me dedica um pouquinho só de amor
A dor que tinha em seu peito ficava então mais forte
Como é que um índio tão bueno era de tão pouca sorte
Pois em rodeio de amor a gente nunca se amarra
Mas um laço de um olhar me pialou de cucharra.
E no vazio que vivia na imensa solidão
Cutucava bem mais forte no fundo do coração
Quanto mais triste ficava
Ai então que cantava abraçado ao violão
Vim lá de lá de fora, sou laçador
Só não pude laçar até agora o meu amor