Uma chaleira e uma cuia de erva boa
E uma acordeona que entoa os acordes de um violão
Uma poesia enquanto o mate se renova
Dois índios fazem trova perto de um fogo de chão.
Este rio grande tche, a gente vive assim
Este rio grande tche, está dentro de mim
De manhã cedo ao ouvir cantar o galo
O gaúcho pega o cavalo vai par lida que ele ama
O cusco late, o touro berra, que bonito
Parece até ouvir o grito do rio grande que me chama.
Sábado a tarde se reúne a gauchada
Na venda da encruzilhada jogar osso e tomar canha
Quando anoitece veste a pilcha domingueira
Se diverte a noite inteira num fandango de campanha.
Como é lindo uma tertúlia nativista
Onde o poeta e o artista mostram todo o seu valor
É uma festança, um alegria que se expande
A gente vê o rio grande na voz xucra do cantor.