Sou grito do quero-quero
No alto de uma coxilha
Sou herança das batalhas
Da epopéia farroupilha
Sou rangido de carreta
Atravessando picadas
Sou o próprio carreteiro
Êra boi, êra boiada
Êra êra boi Brasino
Êra êra boi Pitanga
Boi Fumaça, Jaguaré
Olha a canga...
Sou velha cambona preta
Dependurada nos tentos
Sou o chapéu do domador
Tapeado de contra o vento
Sou rancho de pau-a-pique
À beira de uma estrada
Onde descansa o tropeiro
Pra seguir sua jornada
Êra êra boi Brasino
Êra êra boi Pitanga
Boi Fumaça, Jaguaré
Olha a canga...
Sou a cor verde do pampa
Nas manhãs de primavera
Sou cacimba de água pura
Nos fundos de uma tapera
Sou lua, sou céu, sou terra
Sou planta que alguém plantou
Sou a própria natureza
Que o patrão velho criou
Êra êra boi Brasino
Êra êra boi Pitanga
Boi Fumaça, Jaguaré
Olha a canga...
(Êra boi!
Êra boi... Sai daí cusco!
Eita cusco que só atrapalha...
Sai daí cachorro! Êra boi...
Jaguaré... Boi Fumaça... Jaguaré...
Êra boi, Jaguaré... Êra boi!!!
Fumaça boi.. Encosta! Encosta!
Êra boi! Êra! Sai daí, cusco...)