Tinha um velho na porta do bar
Sentado, fechado, fumando um cigarro
Logo vi que ele me lembrava alguém
Tomei uns goles e então fui lá perguntar
Qualé meu velho?! Qualé a boa?!
Qualé teu nome?! Que é que faz por aqui?!
R- Eu vim de longe, vim de lugar nenhum
Onde não vi ninguém e ninguém me viu
Se te contar tu não vai acreditar
Sou Raulzito, embaixador do Brasil
R- Passei por tantas metamorfoses
Fui ambulante, fui replicante
Guarda da alfândega, polícia rodoviária
Porque eram tantos querendo me pegar
Seu Raul, Porra Bicho!
Me diz por que é que resolveu voltar
R- Lá do outro lado não consigo fingir
Tô com saudade dos pepinos daqui
Sentindo falta de apanhar depois rir
Me diz aí maluco beleza?!
Vou te contar, meu velho, tristeza
Pro Brasil não adianta nem rezar
O rock n' roll não sei quem vai salvar
Eu tô tentando sem ninguém pra ajudar
Era o velho da porta do bar
R- Tão me chamando lá de outras bandas
Pro meu lugar eu já vou ter que voltar
Qualquer coisa pode me procurar
Talvez um dia vá me visitar
“Ô seu moço
Do disco voador
Me leve com você
Pra onde você for”
Que pena Raul ainda é cedo
Não se preocupe que eu guardo segredo
E não se esqueça se você voltar
No Trem da Sete você vai me encontrar
Me despedi de Raul Seixas
Era o velho da porta do bar
Eu encontrei com Raul Seixas
Eu conversei com Raul Seixas
Me embriaguei com Raulzito
Fiquei amigo de Raul Seixas