Queria eu puder saber
A hora certa e o dia
Desde a última vez
E se eu contar pelos dedos
Todos os "porquês"
Não paga a cara nem a dívida
Que ficou por pagar
Já tá pago
Já é hora
Já vais tarde
Sem demora
Reza o vento
Péla, acorda
Uma sombra
Sem vergonha
Leva o castigo
Contigo p'ra trás
Aonde estou
Modéstia à parte
Eu chego ao fim
E quem eu sou
Um homem nobre
Que acaba aqui
Um homem nobre à procura de paz e sossego
Dificuldades na vida obrigaram a seguir o sabor do vento
Desemprego é o contratempo, crise pr'a mim não tem fundamento
Vivemos na sombra de quem controla todo o meu subornamento
Se pr'a mim não dá, pr'a ti não dá então acaba aqui
Está pr'a nascer o dia em que irei pagar pelo pão que não comi
A dívida já tá paga, o que não tá pago é a desilusão
Sintomas apontam pr'a mais uma grande depressão
Se não estás a par do que se passa então não dás valor à vida
Nem vales a pomba branca que está cada vez mais encardida
Está cada vez mais desiludida
Está cada vez mais ofendida
Bandeira que está estendida, está cada vez menos compreendida
Que pátria é esta que contesta cada vez que tem uma chance?
Sinto que vou fazer uma loucura a qualquer instante
Leva o castigo contigo é tudo o que eu te digo
Não queiras ver este homem nobre como teu inimigo
Aonde estou
Modéstia à parte
Eu chego ao fim
E quem eu sou
Um homem nobre
Que acaba aqui
Composição: Afonso Alves / Diogo Borges / António Santos /