Velho caboclo roceiro matuto do meu sertão
Da terra tira a colheita e da colheita faz o pão
Lutando desde menino, nunca chegou a patrão
Nascer pobre e morrer pobre é a glória do peão.
Velho caboclo soldado brasileiro, meu irmão
As rugas que sulcam seu rosto, os calos que te suas mãos
São coisas que identificam a dura vida de peão
Sem você velho caboclo que seria da nação.
Velho caboclo humilde poeta sem pretensão
Escreve modinha de viola na rima do coração.
Cada estrofe uma poesia que se transforma em canção
Descrevendo as belezas que existe no meu sertão.
Cada roça é um caderno, caboclo é professor
A caneta é sua enxada, a tinta o próprio suor
Cada verga de arado é uma linha de valor
Ensina caboclo novo a ser bom trabalhador.