Bruno Neher
Balanço Vaneira
Voltei abrir novamente este meu peito garboso
Para cantar as belezas do meu rincão majestoso –
Me perdoe meus amigos o bairrismo do meu canto
E não me julguem vaidoso
E que sou filho orgulhoso desta terra que amo tanto.
Quando canto meu Rio Grande eu me perco nas imagens
Meu cantar é sinfonia do minuano nas ramagens –
Qual festival de ciranda é quando pelos rincões
Longos vestidos de prenda
Do sarandeio das prendas ornamentam os galpões.
Meu cantar é o próprio grito do quero-quero vaqueano
É o choro da cordeona, é o tinido do facão –
É o gemido da carreta seguindo rumo da sorte
É o berro da boiada
Em direção a charqueada, indo ao encontro da morte.
Por tudo que sou na vida, sou grato a minha querência,
Onde sempre colhi flores nas tropeadas da existência –
Me orgulho em ser pampeano pra cantar neste entono
Num brado de amor profundo
Aos quatro cantos do mundo que esta terra tem dono.