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Campeiro E Cantador

Os 3 Xirus

Um dia me perguntaram como aprendi cantar
Respondi ao pé da letra nem foi preciso pensar
Esse dom da cantoria foi Deus quem me presenteou
E o timbre da minha goela o próprio instinto forjou
Mas os verso que eu escrevo me inspira a própria vivencia
No labor do dia a dia pelos pagos da querência
Me inspira o campo e os bichos, meus acertos e meus erros
Me empolgo quando escuto um versos de Martin Fierro.

Entre os cacoetes que tenho alguns eu não abro mão
É saudar o sol nascente com a cuia do chimarrão
Acariciar os vergeis ainda enserenados
E fazer o sinal da cruz e me sentir abençoado.

Por vezes canto solito montado num animal
Esta vivencia campeira me faz um bem especial
Catar solito pros bichos dizem que não tem sentido
Melhor que cantar pra gente que cera nos ouvido.
O timbre da minha goela é a voz de um povo liberto
Com princípios de justiça entre o errado e o certo
A liberdade passeia, a justiça é meu consumo
Pois nem as leis dos palácio irão mudar o meu rumo

Esse dom da cantoria é uma virtude nobre
Alegra pretos e braços, diverte ricos e pobres
Leva fé para os enfermos que se encontram acamados
E esperança aos infelizes que estão aprisionados.
Me orgulha saudar cantando este chão continentino
As virtudes e costumes do nosso povo sulino
Do bucal até o rabicho, do bucal até a espora
Flertes que viram, bandeira quando canto mundo a fora.






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