Bruno Neher e Elmo Neher
Vaneira
Comprei um burro tubiano trazido da Vacaria
Nunca pensei que pudesse entrar em tamanha fria
Me roeu corda e laço, me fugiu da estravaria
Amarrei num correntão pra ver o que acontecia
Botou a boca no mundo dia e noite, noite e dia.
Orneava que dava dó , oh, oh, oh,
E o choro era um só, oh, oh, oh, oh!
Resolvi vender o burro mas comprar ninguém queria
Por que a fama do bicho muita gente conhecia
Fiz um leilão do meu burro na festa da melancia
Saiu por cinco cruzeiros vejam só que judiaria,
O padre que arrematou, castigo assim não merecia.
Orneava que dava dó , oh, oh, oh,
E o choro era um só, oh, oh, oh, oh!
O padre arrependido me chamou dali dois dias
Quis de volta o dinheiro que o burro ele não queria
Devido o choro do bicho por perto ninguém dormia
E até tinha rezado cinco ou seis ave-maria.
E o burro não se acalmava só chorava de agonia.
Orneava que dava dó , oh, oh, oh,
E o choro era um só, oh, oh, oh, oh!
De tanto que o burro chora até da pra desconfiar
Talvez alguém da platéia, que até possa me ajudar
Quem sabe benzendo o burro ele até vai se acalmar
Mas se não der resultado daí eu vou apelar,
Vou manear as quatro patas e levar num saravá.
Se tiver embatucado é certo que vai parar
Mas se for apaixonado, o jeito é aturar!