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Dita

Orlando Morais

Qualquer poema bom provém do amor
Narcísico sei do que estou falando
Porque os faço eu mesmo e uso a flor
Da pele, das palavras mesmo quando

Assino os heterônimos famosos
Catulo, Caetano, Safo ou Fernando
Falo por todos somos fabulosos
Por sermos enquanto nos desejando

Beijando o espelho d'água da linguagem
Jamais tivemos mesmo outra mensagem
Jamais adivinhando-se a arte imita
A vida ou se a incita ou se é bobagem

Desejamo-nos é a nossa desdita
Pedindo nos demais que seja dita

Composição: Antonio Cicero Correia Lima/Orlando de Morais Filho





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