Na condição de cidadão
Nas ruas sujas do Brasil
Minha tenda armei no calçadão
Pros Paraguaios da bombril
Mas a polícia detonou
E exigiu a certidão
O Chefe veio e me expulsou
Provei que é o nosso ganha pão.
Vendendo casa em construção
E as cenas do trem da central
Ao som dos tiros funk-cão
O filme é moda mundial.
Mas o bandido recuou
Vendeu a mãe a prestação
Virou herói e se mandou
Pros clips da televisão.
E os vendedores de ilusão
Mudaram a cara do país
Lançando a moda da invasão
E colorindo o chafariz.
E a convivência definiu
O preço baixo incentivou
O Paraguai e o Brasil
O trem de ferro e o metrô.
Nos grandes centros da nação
O vai e vem concretizou
A dança da população
Que a precisão coreografou.
Nos moldes da situação
Um fabricante de robô
Um cego em plena contramão
Vendendo a vida ao camelo.