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De Olho No Lance

Orestes

jogador, jogador é mercenário
beija, veste a camiseta e joga só (ou quase só) pelo salário
torcedor, torcedor é que é fiel
paga todos seus pecados, vive entre o inferno e o céu
e a bola rola...

dito assim dessa maneira é um pouco estranho, até parece desaforo
mas não é não, presta atenção, nem é falta de decoro
porque são poucos na verdade os que conseguem e que se tornam vencedores
no panteão dos imortais, quiçá jamais na legião dos perdedores
é, sim, ninguém, ninguém quer ser um perdedor
mas quem garante que vai ser um grande jogador?

jogador, jogador é mercenário
beija, veste a camiseta e joga só (ou quase só) pelo salário
torcedor, torcedor é que é fiel
paga todos seus pecados, vive entre o inferno e o céu
e a bola rola...

(começa assim)
desde pequeno que o menino, mesmo franzino, leva jeito
joga pra cá, rola pra lá, malabarismos com a bola no peito
o dia inteiro, pés descalços, corre solto, tantas peladas no campinho
e de repente, num repente, cresce o sonho que surgiu devagarinho
é, e vai crescendo, crescendo, ‘cê sabe como é
um grande clube, vinte e um anos, e daí a Lei Pelé... (tá bem!)

e adeus, ma’a salaama, good bye, sayonara
adiós, au revoir, arrivederci, auf wiedersehen

jogador, jogador é mercenário
jogador ...

Composição: Orestes Dornelles de Dornelles





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