Sou poeta analfabeto, sou maluco, sou profeta, sou palhaço e sou cantor.
Sou Brasil, século XX, Porto Alegre e inocente, santo, franco-atirador.
Vou cantar esse galope-profecia que é a primeira pop-trova-maldição.
Falso-riso amarelengo, zombadeiro, pá-virada, encarquilhada solidão.
Falso-riso amarelengo, zombadeiro, pá-virada, encarquilhada solidão.
Quero ver se ainda tem recheio de verdade ou se é só maldade nesse coração.
De tanto somar bobagens e besteiras nós no fim subtraímos o principal.
Que acabou sendo esquecido nessa ânsia de chegar aos noves-fora do final.
Que acabou sendo esquecido nessa ânsia de chegar aos noves-fora do final.
Provavelmente esmagado como tantos e entretantos nessa pressa industrial.
Hoje em dia o principal é ser veloz, acelerando, atropelando a emoção.
Falso-riso amarelengo, zombadeiro, pá-virada, encarquilhada solidão.
Nada pode ter a dimensão de uma desculpa
louca abnegada e prisioneira de um convento,
lento, mas fatal, assim como afinal no fim.
Creio que esse riso amarelado seja um câncer
contraído pelo mal estar de um sofrimento
never fall in love again.