Vejo pelas ruas tantas crianças
Estendendo as mãos, mendigando o pão
Revirando o lixo, procurando tanto
Alguma coisa que acabe
Com essa fome incessante que mata
Pouco a pouco todo vigor
Desligando a energia infantil
Dessa colônia chamada Brasil
Em cada banco de cada jardim
Eu posso sentir tamanho abandono
Todos sem cama, todos sem banho
Lutando contra solidão
Que faz o menino
Sonhar com uma vida melhor no futuro
Ao lado da mãe, com casa e tudo
Sem ter que viver jogado no mundo
Passa a noite, vem o dia
Acaba o sonho do pequeno sonhador
Vem a realidade da grande cidade
Acompanhada
Dessa doença que espalha
Pouco a pouco por nosso chão
Esterminando os seres inocentes
O que será do nosso amanhã?
E você que se diz preocupado, fingindo não ver
Onde está o amor que você diz ter?