Se hoje o sol
Já não nasce mais
No nosso horizonte.
E a cada dia
Nossos sonhos
Cada vez mais distantes.
Refém das mesmas
Velhas mentiras
Fantoches de quem quer sempre mais.
Abutres sobrevoam brasília
E nos esperam
Sem perder "la ternura jamas".
Quem é que vai nos proteger
Dos foras da lei?
O rei está nu
Mas tudo parece um comercial de tv.
Agora sou eu
Outro cego, surdo e mudo.
Sou eu
Mais um zé que vai mudar o mundo
Sou eu
Sem bandeiras, sem grana e excluso...
Sou eu
No circo da vida o palhaço sou eu.
O tempo passa
E mais e mais
Nós vamos nos iludindo.
E pelas ruas
Os faisões passeiam
Sobre a miséria.
Dizendo somos
Todos irmãos
Dizendo somos todos iguais.
Mas vejo sempre
Ricos e pobres, negros e brancos,
Americanos e orientais.
E socialistas da américa do sul
Falam de plebe
Mas desfilam de armand azul.
Agora e eu?
Nesse teatro de absurdos
E eu?
Levando porrada contra o muro
E eu?
Pessoas de plástico tem tudo
E eu?
No circo da vida o palhaço sou eu.
Composição: Leo Barreto