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A Voz da Resistência (part. WD)

Negra Li

Tão pequeno e tão sensível ao toque do abusador
Logo cedo definido pela voz e a sua cor
Esquecido pelo pai e a mãe que fez e não criou
Mas agradecido a Deus por sua vó e seu avô
Marginalizado e só, por não ser mais um igual
Incapaz de ver beleza em seu corpo natural

Endeusava o branco por não ser o padrão real
Mas compreendeu que o mundo é seu, tentar nunca faz mal

Eu sou
A voz da resistência preta
Eu sou
Quem vai empretar minha bandeira
Eu sou
E ninguém isso vai mudar
Tudo começou dar certo quando eu aprendi me amar

Eu sou
A voz da resistência preta
Eu sou
Quem vai empretar minha bandeira
Eu sou
E ninguém isso vai mudar
Tudo começou dar certo quando eu aprendi

Há um tempo eu entendi
Que sou dona de quem serei
E o que eles dirão
Já não me importarei
Aprovações sobre mim mesma
Não mais esperarei
Me aceito como eu sou
Por isso não mais chorarei
Não volto atrás
Defini o meu caminho
Entendi que o meu passado
Não define o meu destino
Me sinto pronta pra assumir
A voz que em mim foi recebida
Fortalecendo os escombros
De toda periferia

E aqui estou
Sendo a resistência preta
E sou
Quem vai empretar minha bandeira
E sou e ninguém isso vai mudar
Tudo começou dar certo
Quando aprendi

Se a minha pela te incomoda porque é preta
Eu te aviso ela é resistência, aceita
Não tá fácil construir meu legado
As portas fecham porque eu sou, porque eu sou preto e viado

Mas eu não deito para esse hipocrisia, não
Que mata mas consome como fantasia
Eu ponho minha letra nessa melodia
Para fortalecer o povo
Povo da periferia
Seu nariz é lindo, preto
Sua boca é linda
E seu cabelo é lindo, preto
Sua cor é linda
Seu nariz é lindo, preto
Sua boca é linda
E seu cabelo é lindo, preto
Sua cor é linda

Eu sou
A voz da resistência preta
Eu sou
Quem vai empretar minha bandeira
E ninguém isso vai mudar
Tudo começou dar certo quando eu aprendi me amar
Tudo começou dar certo quando eu aprendi
Eu sou

Composição: Ruth Esther/WD





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