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Os Jogos De Azar

Neco Vieira

Tá tudo assim tão desigual
Qu'eu já nem sei se é tão estranho
Falar de arsênicos com crianças
Falar de vícios com meus pais,
Tá tudo assim tão natural
Qu'eu já nem sei se é o caminho
Que está errado, ou se eu segui
Por onde eu nunca devia,
Tá tudo assim tão relevante
Qu'eu já nem sei se é o meu sangue
Que se acostuma com os meus erros
Ou se sou eu que nem sei bem quem sou
Seguir meus passos, o meu caminho
Me diz agora pra onde é que eu vou?
É essa vida que me alucina
Com o cloridrato de paroxetina
E me fascina a ponto de deixar estar.
E os argumentos, usar ungüentos,
Usar tabaco pra se consolar
E os atabaques pra fantasiar,
Eu sei que vejo o que não pode
Falo o que devo não falar por instante,
Falar de arsênicos com crianças
Falar de vícios com meus pais,
Vejo um mundo tão passivo
Que nem me quer, que nem eu quero,
Vejo um mundo depressivo
E que você perdeu alguém especial...
Olha as plantas, olha o passado
Olha as crianças guerreando lá fora
Olha as armas e a arapuca
E os artifícios tão artificiais,
Vejo que você não quer mais ver
Não quer viver, nem quer mais ser
Eu quero falso o verdadeiro
Escondido dentro de um cativeiro
Eu vejo cores que não existem
Roubo corações, e vidas tristes
Choro as mágoas dos meus amigos
E ainda sigo pedindo perdão
Eu vejo qu'inda tá tudo estranho
Velhos austríacos falando de mim
E a tia Odete, e a Tia Ana
A professora Olga, e a dona Sandra
Onde é que está a tia Natalina?
Cadê Gyani, Gisele, Olímpia
O Sandoval, e resto do Isaltino?,
Eu vejo flores, eu tenho vícios,
E não pergunte o que eu vou fazer
Com a minha vida, com minha sorte
E nem me deixe aqui sem você...
Quem vai dizer, quem foi você?
Quem foi você? Quem foi você?
Quem foi você? Quem foi você?






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