Roubaram minha vida
E as chaves do armário
Roubaram as estações
Me chamaram de ótario,
E hoje todo meu salário
Me consome, e é de fome, e é dor
Todo o meu escárnio é ter que viver sem cor
Roubaram minha vida,
Meus amigos, tanto faz,
Sou Renato, Sou um Padre
Sou Aquele que mudou
Sou Aquele que odiaram
Sou aquilo e menos eu,
E corto os meus pulsos
E 'inda me perguntam porquê?
E conto meus sorrisos
Prejuízos e despesas
Eu canto pra minha dor
Ir embora junto com a voz...
E o filtro vermelho
Vai embora quando você chegar,
Meus vícios que me matam tanto aos poucos
Meus riscos que eu corro tanto, são loucos...
Sou meus amigos, o carinha da esquina
Sou Deus sozinho, a madrinha da menina,
Sou tudo e mais, sou tudo e mais um pouco
Menos eu, que nada sou, que nada nunca será...
Venha querida, vem buscar
O que tem dentro do meu coração,
Venha ver, o que agora vou te mostrar
Talvez goste, ou se espante, atração...
Não temas, estou contigo e nada vai acontecer...
E quem sabe um dia, você irá me amar...