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Barrabás

Neco Vieira

Manchei de sangue o santo sudário
Lavei as mãos com o choro de Madalena,
Fui aliado de Judas: O escárnio
Fui deportado do meu mundo estranho
E ainda não sei onde é que estou,
Onde é que estou?
Roubei a gangue de um novo otário
Eram três reis com coisas valiosas
Eram pessoas de um novo tempo
Eram pessoas que me odiavam,
Eram crianças que me maltratavam
E eu sei do bem que vem fazer
Alguém, talvez, que irá mudar...
E eu não sei o que eu faço aqui
E eu não sei o que eu faço aqui...
E você pede para que eu mude
E você pede para que eu diga
Que você fique e nunca mais vá embora,
Que você mude e esteja aos meus pés
Que você veja que eu amo você...
Eu matei Pilatos e mais uns trintas
Eu paguei juízes para absolverem
Todos os meus casos,
Eu roguei uma praga, e pegou bem no meio
Do teu coração...
Mas eu não sei o que eu faço aqui,
E eu nem sei por que estou aqui
Nem sei onde estou, nem sei onde eu estou...
Mas não existe guerra santa
Não existe guerra santa
Se a guerra é minha não pode ser santa,
Não pode ser santa...







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