Se te incomoda, posso me calar,
Se te encomenda, posso te embalar
Se te emenda, posso elucidar
Se te contentas, posso retificar.
E sou calado, posso me cansar
E sou casado, posso separar
E sou lotado, posso esvaziar
E sou amado, posso odiar,
E estou armado para me armar
Em cavalos, em tropas sem nos conquistar
Em passados, em voltas sem nos emendar
Em vassalos, e faltas sem fantasiar,
Em presas e caças se não nos libertar
Empresas e casas irão, então, calar
Mas imprensa e a caça irão lhe avisar
Que é bom negócio fugir, sem me despistar
Que é dom ilusório ungir, sem lhe consertar
Que é fácil um caso bulir quando lhe confessar
Que tenho um caso com Ali e com aquele Osmar.
E faço dócil rugir e faço bravo acalmar,
Tão passo vil e conter como se caminhar
Não faço um fio lhe prender sem antes lhe escutar
E quero bem o amor que nunca soube me amar,
E quero sem o pavor que nunca houve em estar
E estar com quem gostou e com quem vai gostar
E amar quem nunca amou e nunca vai amar.
E nunca vai amar, e nunca vai amar, e nunca vai amar.