Viajando, nas estradas
Zé Roia na frente
Tocando berrante chamando a boiada
E Chiquinho, sempre do lado.
Distraindo o gado
Tomando cuidado nas encruzilhadas.
E nós três "vivia", tocando a boiada.
Mas um dia, na invernada,
Deu uma trovoada
Numa derriçada o gado estourou.
Nesse dia, morreu Zé Roia.
Caiu do cavalo,
Foi dentro do valo e a boiada pisou.
Fiquei eu e Chiquinho
Tocando a boiada.
Num domingo, de rodeio,
Chiquinho bebeu
E não me obedeceu,
Pulou no picadeiro.
Num relance, atirei na rês.
A vaca tremeu,
Mas no pulo que deu,
Matou meu companheiro.
Eu fiquei sozinho,
Tocando a boiada.
Viajando, nas estradas.
Não toco berrante
Nem vejo lá adiante
Meus dois companheiros.
Deste trio, ficou a saudade.
E em toda cidade
O povo pergunta dos três boiadeiros.
Eu fiquei sozinho, tocando a boiada...
Eu fiquei sozinho, tocando a boiada...