Não sei se longe
Ou bem aqui
O teu olhar se mira
Num mundo tão avesso
Que eu não sei se conheço
Ou nunca vi
Não sei que cisma
Em que se abisma
Se tem início ou fim
Se é onde alguém atinge
O degrau da esfinge
Que tem em si
Olhar perdido
Não sei se finge
Ou se é pura vertigem
Momento zero
Em que te perco
E em que te recupero
No círculo sem centro
E na dor que tem dentro
Mas não se diz
Olhar perdido
Não sei se finge
Ou se é pura vertigem
Não sei se longe
Ou bem aqui
O teu olhar se mira
Instante mudo
No instante mudo
Sem razão nem raiz
Nada te peço
Nem te confesso
Somente estou aqui
Composição: Zé Miguel Wisnik