A meia-lua no céu avermelhou.
Ergueu a lua, um canto ecoou.
A liberdade no couro do “tambô”.
A lua, girassol, a roda girou.
Floreia pomba, flor do sol,
que cuiamá, no vento, vai dançar
sob o manto da cor da lua.
É quando a lua beija o mar.
Mar da dor, da cor, dos tons,
das tranças dos filhos de Can.
Veio do som dos porões, dos negreiros,
um canto de força, de raça e vigor.
Berimbau, ginga, atabaque.
Ele bate no peito
e rebate na palma da mão
Mente quem diz um lamento
na voz do grilhado que o grito entoou.
Na roda, luz, redenção.