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Biografia de Mireille Mathieu

Mireille Mathieu (Avinhão, 22 de julho de 1946) é uma famosa cantora francesa, tendo interpretado canções em diversos idiomas.

Nascida ao Sul da França, é filha de um operário, Roger e da dona-de-casa Marcelle, que enfrentaram grandes dificuldades econômicas para criar seus quatorze filhos: Mirielle (a mais velha), Monique, Christiane, Marie-France, Réjane, Régis, Guy, Roger, Jean-Pierre, Rémy, Simone, Philippe, Béatrice e Vincent. Sua família viveu durante anos em uma modestíssima casa de madeira, sentindo na pele o rigor do inverno e da chuva, que atravessavam as frágeis paredes.

Mesmo quebrando pedras (literalmente), Roger, seu pai, alimentava o sonho de poder cantar, visto que possuía uma bela voz de tenor. Neste ambiente, Mireille cresceu e herdou o talento musical do pai.

Aos quinze anos, quando debutante, Mireille e sua família conseguiram um apartamento de cinco cômodos e ela pôde, enfim, tomar um banho quente e decente. Segundo ela mesma, este foi o dia mais feliz de sua vida.

Grande admiradora de Edith Piaf, Mireille cantou em público pela primeira vez aos quatro anos. Um pouco precoce, Mireille cantava na igreja já aos quatro anos e com esta idade cantou na Missa do Galo da Igreja Matriz de sua cidade. Porém, para se tornar uma grande estrela internacional, não bastava apresentar-se para a família e os amigos, que a apelidaram “la vie en rose“, por motivos óbvios.

Enquanto estudava canto e ouvia atentamente os conselhos da professora Laure Collière, Mireille trabalhava duro em uma fábrica de envelopes. Aos dezoito anos, em 21 de novembro de 1965, participa de um concurso de calouros, no programa Télé Dimanche.

O público prefere outra candidata, mas, para sorte de Mireille, o empresário Johnny Stark assiste à apresentação e aposta em Mireille. Seu primeiro disco, em 48 rotações, vendeu mais de um milhão de cópias, com as músicas mon credo, c’est ton nom, qu’elle est belle e le funambule.

Johnny Stark teve várias e longas conversas com Mireille, explicando todas as dificuldades da profissão, mas que se ela estivesse disposta a trabalhar muito, ensaiar muito, estudar muito e fizesse o que ele mandasse, ele a transformaria numa grande estrela, que seria conhecida e admirada em toda França.

Mireille teve como mentores o maestro Paul Mauriat e o compositor André Pascal, que começaram a ensiná-la técnicas vocais para que usasse melhor sua potência vocal, colocar a voz mais adequadamente e respirar de maneira correta.

Ao mesmo tempo, Mireille tomava aulas de francês e de inglês, além de boas maneiras, comportamento social, como caminhar num palco, num estúdio de televisão, como dominar a distância certa de cantar ao microfone e todas as inúmeras coisas, necessárias ao bom desempenho de uma cantora.

Com uma ascensão meteórica em sua carreira, Mireille participa de programas de televisão nos Estados Unidos e apresenta-se no Olympia, em 1967. O Instituto Francês de Opinião Pública, na época, pesquisou junto ao público e declarou Mireille como a cantora preferida do povo francês.

Depois de se apresentar na tv em 1965, e de sua estréia no “Olympia” em 1966, Mireille já era uma celebridade de domínio público. Foi saudada pela imprensa com grande espalhafato e anunciada como a “próxima Edith Piaf”, pela evidente semelhança de seu timbre de voz com o de Edith, morta três anos antes.

Sua versão “La dernière valse”, que era um sucesso em inglês do cantor britânico Engelbert Humperdinck – “The Last Waltz”- foi uma ponte segura para tornar Mireille muito popular no Reino Unido.

Com seus repetidos sucessos foi parar no Canadá e nos Estados Unidos, onde se apresentou no famoso e indispensável “The Ed Sullivan Show” e no outro dia, 50 milhões de pessoas já conheciam Mireille Mathieu. Cantou em Las Vegas, ao lado de Dean Martin e Frank Sinatra e foi um sucesso quase surpreendente. De público e crítica.

Mireille já provou sua qualidade superior e se tornou a embaixatriz da cultura francesa ao redor do mundo. Seus fãs se espalham da China ao Brasil, incluindo a antiga União Soviética. Freqüenta os palcos sofisticados de Monte Carlo e tem a humildade de se curvar diante de sua musa Edith Piaf.Ainda muito requisitada, continua se apresentando pelo mundo, fazendo turnês regularmente pelo Carnegie Hall de Nova York, no “Sport Palais” do Canadá ou no “The Ice Palace” de San Petersburg.

Nos seus mais de 40 anos de carreira, Mireille já vendeu mais de 150 milhões de cópias de seus discos, gravou mais de 1200 músicas, em 9 línguas e foi a primeira artista do ocidente a fazer um concerto de música popular na China.

Ao longo de todos estes anos, ela cantou e gravou com nomes como Paul Anka, Charles Aznavour, Barry Manilow, Tom Jones, Julio Iglesias e o alemão Peter Alexander.

Gravou “Mireille Mathieu chante Edith Piaf” (1993), onde canta 13 músicas das mais famosas e populares do seu ídolo eterno.

Comemorou seus 40 anos de carreira, em 2005, com uma grande apresentação no “Olympia”, onde foi gravado seu primeiro DVD, “Mireille a l’Olympia”, além de um CD, que acabou lhe dando o prêmio de “Disque d’Or”...

Em 2007 participou de um super show de televisão na Alemanha, um dos países de público mais fiel, para receber o prêmio de “Melhor Cantora Internacional do País”.

Em 1968, Mireille esteve no Brasil e se apresentou na TV Record, como uma menina-prodígio, uma revelação da música francesa, que seria a sucessora de Edith Piaf, imagem que ela gradativamente foi eliminando, ao adquirir personalidade própria. Desde então, Mireille não voltou a se apresentar no Brasil, apesar de lançar novos discos, cada vez vendendo mais.