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Biografia de Miles Davis

Miles Davis (músico norte-americano) nasceu em 26/05/1926, Alton, (EUA) e morreu em 28/09/1991, Santa Monica, (EUA)

Por mais de 40 anos, Miles Davis reinventou o jazz. Além de participar do bebop, foi o fundador do cool jazz. Enquanto o beboptinha como ponto forte a composição e o improviso, o cool jazz caracterizou-se por formações maiores que permitissem arranjos orquestrais. Miles participou também do jazz modal, do jazz-rock e da fusion, ou acid jazz.

O som de seu trompete foi único. Poucos músicos conseguiram usar momentos de silêncio em seus solos como Dewes Miles Davis Jr. Quase sempre sem vibrato (efeitos de oscilação do som) e com o uso da surdina, tocava frases musicais curtas de forma macia.

A parceria com o arranjador Gil Evans possibilitou um início de carreira marcante, a partir de 1948, e prosseguiu no decorrer da década de 1950. Com influências variadas, o som da Miles Davis-Capitol Orchestra surpreendia pela estruturas elaboradas e sofisticadas.

Ao mesmo tempo, Miles já explorava em 1949 o estilo cool jazz. Em 1956, ele passou a reunir bandas com várias formações históricas. Entre os talentos liderados por Miles nesta fase, se destacaram os saxofonistas John Coltrane e Cannonball Adderley, o pianista Red Garland, o contrabaixista Paul Chambers e o baterista Philly Joe Jones. Uma de suas obras-primas nesse período foi o álbum "Kind of Blue", de 1959.

Já no início dos anos 1960, Miles explorou o jazz modal. Com combinações harmônicas mais livres do que a harmonia tonal tradicional, o improviso levou mais em consideração os acordes do que a melodia. Paralelamente, retomou a colaboração com Gil Evans para gravar com orquestra.

Em 1964, a banda passou por uma grande renovação, com George Coleman ao sax tenor, o piano de Herbie Hancock, Ron Carter ao contrabaixo, o adolescente Tony Williams à bateria, e o talentoso compositor Wayne Shorter no sax tenor. Miles grava shows ao vivo no Plugged Nickel Club, de Chicago, que foram considerados a chave do jazz moderno.

No final dos anos 60, Miles se dedicou a fundir jazz e rock. O jazz-rock nasceu, assim, com o revolucionário álbum duplo de 1969, "Bitches Brew". Essa fase durou até 1972, quando o músico afrontou ainda mais os puristas do jazz ao se aproximar do funk e do hip-hop. Nos anos 1970 e 1980, o acid jazz misturou rap e dance music sem descambar para o som comercial.

Uma face pouco conhecida de Miles Davis foi a de artista plástico, embora tenha levado exposições bem recebidas pela crítica na Europa, em Nova York e no Japão. Davis exibiu-se no Brasil em 1974 e em 1986, no Free Jazz Festival. Entre 1976 e 1981 passou uma temporada afastado dos palcos por causa do consumo de drogas, particularmente heroína.

Várias de suas doenças, entre problemas pulmonares, circulatórios e diabetes foram atribuídos a esse vício por seus amigos. Ele mesmo admitiu seu estado precário de saúde, em sua última entrevista, no jornal francês "Le Monde", em junho de 1991. Morreu três meses depois, de infarto, pneumonia e deficiência respiratória.