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Rosa

Marisa Monte

Rosa

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa, do amor
Por Deus esculturada
É formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor.
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente, de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu.
Tu és a forma ideal
Estátua magistral óh! alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo o coração sepultas o amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes, de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos .
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer.

Composição: Pixinguinha / Otávio de Souza





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