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Chora Viola, Caminheiro, Ladrão de Mulher, O Campeão e A Vaca Já Foi Pro Brejo (Pot-Pourri) (part. M

Marília Mendonça

Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca, eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada e bebo o pingo de orvalho
Chora viola

Caminheiro que lá vai indo
Pro rumo da minha terra
Por favor faça parada
Na casa branca da serra
Ali mora uma velhinha
Chorando um filho seu
Esta velha é minha mãe
E o seu filho sou eu

Oi caminheiro
Leva esse recado meu
Leva esse recado meu

Cachorro latiu, vou aprevenir
Quem tiver muié bonita
Prepare as arma que tem
Cachorro latiu de noite
Ladrão de muié laivém

Namorá muié casada
É ser muito atrevido
Dá uma oiada nela
E quatro, cinco no marido
Será que ele não tem medo
Da bala do trinta no pé do ouvido?

Muita moça me namora
Pensa que eu tenho dinheiro
Mas dinheiro eu não tenho
Mas sou um rapaz faceiro
Apesar de eu ser casado
Eu pulo o corgo, eu sou sorteiro

Quem me vê com mulher feia pode crer que eu tô doente
Quem me vê de carro velho socorre que é acidente
Quem me vê comendo fruto eu já plantei a semente
Quem me vê contando história quem conta a história não mente
Quem me vê de cara feia é que só tem cerveja quente

Numa rodada de truco o zap só sai comigo
Sete copa me dá tento na corrida do inimigo
Nem jogo de futebol ninguém pode me marcar
Eu bato o escanteio e corro pra cabecear
E a galera grita gol vendo a rede balançar

Me transformo num menino quando me prega a paixão
Misturo meu sentimento com viola e canção
Quando quero um amor até me arrasto pelo chão
Não sou desobediente quando manda o coração
Na escola do desejo sou doutor sou campeão

Mundo velho está perdido
Já não endireita mais
Os filhos de hoje em dia
Já não obedecem os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
Metade da mocidade
Estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente
As mocinhas vão atrás

Meu mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando
Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças também mato e não alejo
Estamos no fim do respeito
Mundo velho não tem jeito
A vaca já foi pro brejo






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