Eu venho das águas lavadas em rios
sedentos
dos mares que molham as sombras de
Aldebaran
eu sinto de longe a fúria e o cheiro dos
ventos
que trazem as chuvas que nascem das mãos
de Iansã
eu sou a pirâmide e eu sei quem inventou o
tempo
que faz esse índio guerreiro aqui dentro
de mim
os raios que cruzam as ruas do meu
pensamento
acordam em frente ao espelho, meu doce
Alfinim
Vem lá do Pelô
essa voz, essa moça bonita Iara
Clareou
deve ser o olhar da menina Dandara
Eu tenho bordado na alma o nome das
estrelas
o braço de Zambi me guia na luz da manhã
o Sol deixa um fogo de sol sobre a minha
cabeça
a tábua dos 10 mandamentos já foi minha
irmã
nos olhos, no mundo eu vejo as meninas da
rua
a porta que dá pro destino não é uma só
eu sei de que é feito o caminho da estrela
nua
é mirra, é insenso, é ouro, é pedra e pó