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Marmelada

Margareth Menezes

No começo,desilusão
Mais tarde a dor no coração
E depois vem a mesma certeza
De passar a noite num alçapão
Em vão,em vão

Na segunda, mas que calor
Na terça, corpos a sangrar
Na quarta, vem a mesma certeza
Que tenho e ouço hoje falar
Falar demais

Pá-puná, puná, negro
Amarra-marra, negro!

Que jaz
Na lama jaz

Pá-puná, puná, negro
Amarra-marra, negro!

Tem mais, tem muito mais

Marmelada, tô comendo nada!
Marmelada, tô comendo nada!

Um dia alguém me falou
Que eu cresceria num país tão belo
Tudo verde e amarelo
Todo mundo sincero

Um dia alguém me falou
Que eu cresceria num país legal
Todo mundo igual
Nada além do normal

Vida, que vida
Será que da vida já não se apanha mais?
Nunca mais a cegueira
Nunca mais a besteira

Vida, que vida
Será que da vida já não se apanha mais?
Nunca mais a asneira
De fechar a porteira
Pra cercar, pra cercar, outro Zumbi

Marmelada, tô comendo nada!

Nunca se deixe nunca confundir
Nunca se deixe nunca se enganar
Nunca se deixe nunca se iludir
Nunca se deixe teleguiar

Nunca se deixe subtrair
Nunca se deixe descontrolar
Nunca se deixe substituir
Nunca se deixe desinformar

Eu quero é sorrir
Sorrir sem parar!

Marmelada, tô comendo nada!

Eu quero é sorrir
Sem ninguém mandar

Composição: Antenogenes Honorio da Silva/Armando de Lima Reis





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