Oyá, oyá, oyá eô!
Ê matamba, dona da minha nação
Filha do amanhecer, carregada no dendê
Sou eu a flecha da evolução
Sou eu mangueira, flecha da evolução
Levo a cor, meu ilú é o tambor
Que tremeu salvador, Bahia
Áfricas que recriei
Resistir é lei, arte é rebeldia
Coroada pelos cucumbis
Do quilombo às embaixadas
Com ganzás e xequerês fundei o meu país
Pelo som dos atabaques canta meu pais
Traz o padê de exu
Pra mamãe oxum toca o ijexá
Rua dos afoxés
Voz dos candomblés, xirê de orixá
Deusa do ilê aiye, do gueto
Meu cabelo black, negão, coroa de preto
Não foi em vão a luta de catendê
Sonho badauê, revolução didá
Candace de olodum, sou debalê de ogum
Filhos de gandhy, paz de oxalá
Quando a alegria invade o pelô
É carnaval, na pele o swing da cor
O meu timbau é força e poder
Por cada mulher de arerê
Liberta o batuque do canjerê
Eparrey oya! Eparrey mainha!
Quando e verde encontra o rosa
Toda preta é rainha
O samba foi morar onde o rio é mais baiano
O samba foi morar onde o rio é mais baiano
Reina a ginga de iaiá na ladeira
No ilê de tia Fé, axé, Mangueira!