Peço que você reconsidere
Meu sono se foi e em tudo pensei
Lembre agora dos risos à toa
E das coisas boas que deixei
Evite pensar nos enganos
Se os danos estão muito além dos reparos
E quantos não foram nossos planos
Afagos, carícias, carências, amparos
Eu não vou dizer que sou justo
Quem ama demais mete os pés pelas mãos
Deseja futuros e cores
Mancha de sombras qualquer ilusão
Não fosse o ciúme seria mais fácil
Uma possível reconstrução
E se faço versos é o meu derradeiro esforço
Último aceno pra ter seu perdão
Se machuquei, não duvide
Bem mais ferido fui eu que fiquei
Trago na alma essa dor por nós dois
Feridas sem cura que eu mesmo causei
Sei que não sou a pessoa perfeita
Tampouco mereço sua compostura
Mas tenho guardado em meu peito
Um surdo imperfeito, compasso sem hora
Que teima em bater, num tempo que chora
E pede pra você não ir embora
Composição: Márcio Faraco / Paulo Antônio Berquó