Já podeis, da Pátria filhos
Ver contente a Mãe gentil:
Já raiou a Liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjavam
Da perfídia astuto ardil
Houve mãos mais poderosas,
Zombou deles, o Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
O Real Herdeiro Augusto
Conhecendo o engano vil,
Em despeito dos tiranos,
Quis ficar no seu Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Revoavam sombras tristes,
Da cruel guerra civil,
Mas fugiram apressados
Vendo o anjo do Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Mal soou na serra ao longe,
Nosso grito varonil,
Nos imensos ombros, logo,
A cabeça ergue o Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Filhos, clamam, caros filhos,
E depois de afrontas mil
Que a vingar a negra injúria,
Vem chamar-nos, o Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Mostra Pedro a vossa frente
Alma intrépida e viril,
Tendes nele, Digno Chefe,
Deste império do Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Parabéns, ó brasileiros,
Já com garbo juvenil;
Do Universo, entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente brasileira,
Longe vá temor servil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.