Temperada minha viola / Vou rasgando logo a toada... / E a minh'arma' se aconsola / Já não véve amargurada... / Minha viola é cantadera, / Vae chorando a minha dô... / E pôr ser bôa companhera / Nunca nunca me deixou / Ai!...
C'om a viola, no sertão, / Quando a noite é de luá... / Vou abrindo o coração, / Nunca deixo de cantá
Quando alembro, com sôdade, / Da muié que me enganô... / Eu renego a mocidade / Que não vorta e já passô!... / Quando eu canto, quando eu chóro, / A viola vae gemendo / E na serra adonde móro, / Minha vois se vae perdendo... / Ai!...
E sosinho, no sertão, / Quando a noite é de luá... / Vou abrindo o coração, / Aliviando o meu pená...
Quando eu canto, no terrêro, / Minha vois correndo, avôa... / Corre as matta, corre os sêrro / E bem longe ela resôa... / Quando eu canto, com tristura, / Minha viola, num gemido, / C'o meu canto se amistura. / Mais me deixa intrestecido!.. / Ai!...
C'om a viola, no sertão / Quando a noite é de luá... / Vou abrindo o coração, / Aliviando o meu pená / Aliviando o meu pená...
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