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Mais Um Trago Pro Cecêu

Marcelo Oliveira

Lambuzado pela baba, gineteando em vaca braba,
O Cecêu trançava espora.
Seu Valério achava lindo, e o Cecêu ia sorrindo,
Num rumor a campo fora.

O patrão na clarinada, já mandava a peonada,
Estaquear a gaviona.
E o Cecêu naquele encargo, já golpeava um trago largo,
Remangando “as rucilhona”.

O Cecêu não era guacho, e ajeitando o barbicacho,
Se plantava no espinhaço.
Quando a vaca levantava, de vereda se babava,
No primeiro esporaço.

Num tremendo talareio, desdobrando um mango feio,
O Cecêu ia guasqueando.
Quando a chorton se espanava, já “no más” se entreverava,
Com a cuscada amadrinhando.

Coisa feia certa feita, o Cecêu de vida estreita,
Quase fica num pealo.
O tio Jango então por graça, desfolhou um “doze braça”,
Destorcendo o seu cavalo.

No tirão lá da presilha, se clavou esta rosilha,
Com a aspa na macega.
O Cecêu nesta baderna, já “no más” abriu a perna,
Esporeando o pega-pega.

Quando a vaca pealada, confundiu a cachorrada,
E o mulato se benzeu.
Seu Valério com seu mango, apontou para o tio Jango,
Leve um trago pro Cecêu.

Chorton ou Duran. Gado de pelagem rosilha.

Composição: Lisandro Amaral





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