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Numa Cidade Muito Longe

Marcelo D2

É isso aí D2..... O momento é de caos
A população tá bolada, muito bolada....

Eu também to bolado parceiro...

Numa cidade muito longe,
Muito Longe daqui
Que tem problemas
Que parecem os problemas daqui
Que tem favelas que parecem
As favelas daqui

Existem homens maus
Sem alma e sem coração
Existem homens da lei
Sem determinação
Mas o momento é de caos
Porque a população
Na brincadeira sinistra
De polícia e ladrão
Não sabe ao certo quem é
Quem é herói ou vilão
Não sabe ao certo quem vai
Quem vai na contramão

Porque tem homem mal
Que vira homem bom
Porque tem homem mal
Que vira homem bom
Quando ele banca o remédio
Quando ele compra o feijão
Quando ele tira pra dar
Quando ele dá proteção

Porque tem homem da lei
Que vira homem mal
POrque tem homem da lei
Que vira homem mal
Quando ele vem pra atirar
Quando ele paga no pau
Quando vem pra salvar
E sai matando geral

É parceiro
É aí que a chapa esquenta
É nessa hora que a gente vê quem é fiél
Mas tanto lá como cá
Ladrão que rouba ladrão
Não tem acerto, é pedir terror
Não tem perdão
Quem fala muito é X-9
E desses a gente têm de montão
Mas o X do problema
Tá na corporação
Um dia o bicho pegou
O coro comeu
Polícia e Bandido bateram de frente,
E aí meu cumpadre,
Aí tu sabe
Aí foi chapa quente, chapa quente..

Bateu de frennte
Um bandido e um sub-tenente
Lá do batalhão
Foi tiro de lá e de cá
Balas perdidas no ar
Até que o silêncio gritou
Dois corpos no chão, que azar
Feridos na mesma ambulância
Uma dor de matar
Mesmo mantendo a distância
Não deu pra calar

Polícia e Bandido trocaram farpas
Farpas que mais pareciam balas
E o bandido falou:
Você levou tanto dinheiro meu
E agora vem querendo me prender
Eu te avisei, você não se escondeu
Deu no que deu
E a gente tá aqui
Pedindo à Deus pro corpo resistir
Será que ele tá afim de ouvir?
Você tem tanta bazuca,
Pistola, Fuzil e Granada
Me diz pra que
Tu tem tanta munição?

É que além de você
Nóis ainda enfrenta
Um outro comando, outra facção
Que só tem alemão sangüinário
Um abndo de otário,
Marrento, querendo mandar
Por isso que eu tô bolado assim
Eu também sim
É que o judiciário tá todo comprado
E o legislativo
tá negociado
E o pobre operário
Que joga seu voto no lixo
Não sei se por raiva
Ou só por capricho
coloca a culpa de tudo
Nos homens de camburão
Eles colocam a culpa de tudo
Na população

(E o Bandido)
E se eu morrer vem outro em meu lugar
(Polícia...)
E se eu morrer vão me condecorar
E se eu morrer será que vão chorar?
E se eu morrer será que vão lembrar?
E se eu morrer... ( Já era)
E se eu morrer
E se eu morrer ... (Foi!)
E se eu morrer

Chega de ser subjulgado,
Subtraído,
Sub-Bandido de um sub-lugar
Sub-tenente de um Sub-País
Um sub-infeliz..

Lalalaialaialaialaialaiá

Subjulgado, subtraído,
Sub-bandido de um sub-lugar,.
Sub-Tenente de um subpaís,
Subinfeliz...

Mas essa história
Eu volto a repetir

Aconteceu numa cidade
Muito longe daqui
Numa cidade muito longe,
muito longe daqui
Que tem favelas que parecem
As Favelas daqui
E tem problemas que parecem
Os problemas daui
Daqui
Daqui
Daqui

É isso aí Sapucahy,
Polícia e Bandido,
Vai saber, neh?

Composição: Acyr Marques da Cruz/Arlindo Domingos da Cruz Filho/Jose Franco Lattari





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