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Biografia de Marcelo Crivella

O bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Marcelo Crivella é um dos políticos evangélicos mais conhecidos do Brasil. Dono de um mandato de senador pelo Rio de Janeiro, obtido em 2002 com cerca de 3,24 milhões de votos, ele está pronto para tentar ampliar seu rebanho e governar o Estado, concorrendo pelo minúsculo PRB, um "partido-igreja" criado após o envolvimento do PL no escândalo do mensalão.

Em 2004, ainda pelo PL, Crivella disputou a prefeitura carioca. Concorreu contra dois adversários fortes: o então prefeito César Maia (PFL), que tentava se reeleger, e o vice-governador e ex-prefeito Luiz Paulo Conde, que buscava voltar ao comando da cidade.

A eleição não teve segundo turno. Maia venceu com cerca de 1,7 milhão de votos, e Crivella ficou em segundo, com 700 mil votos --o dobro da votação de Conde.

No Senado, Crivella tem atuado na defesa de emigrantes brasileiros em situação ilegal no exterior, em países como os Estados Unidos e o Japão. Ele ocupa os cargos de vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e de presidente da Subcomissão Permanente de Proteção aos Cidadãos Brasileiros no Exterior. Sua assessoria informa que, em seus três anos de mandato, Crivella fez 67 proposições, entre projetos de lei, emendas, requerimentos etc.

Carioca nascido em 1957, casado com a mulher que ele diz ter sido sua primeira e única namorada (trata-se de um "homem de uma mulher só", como afirma seu site) e já avô com menos de 50 anos (tem três filhos e um neto), Crivella é sobrinho do principal bispo da Universal, Edir Macedo.

Crivella não "nasceu" evangélico; era católico, mas converteu-se depois de conhecer a igreja protestante, levado por uma vizinha, quando tinha 7 anos. Mais tarde, participaria da fundação da Universal junto com o tio.

Manteve-se fiel a ela no longo período em que foi alvo de violentos ataques por setores da mídia e boa parte da esquerda, muito ligada aos católicos progressistas. Hoje, PT e Universal se entendem muito bem (Crivella é da base de sustentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), e a atuação empresarial da igreja (dona da Rede Record) parece ter sido completamente assimilada.

Antes de ingressar na política, Crivella teve o que sua igreja chama de atuação "missionária". Viveu nos EUA e na África do Sul, neste país por quase 10 anos. Lá, abriu igrejas para negros, ainda no período de segregação racial oficial (o Apartheid).

No Brasil, trabalhou no Projeto Nordeste, no sertão baiano, implementando um sistema de agroindústria inspirado nos kibutzs de Israel.

Uma parte da notoriedade de Crivella pode ser atribuída à sua atuação, já encerrada, como apresentador em programas da Universal, transmitidos tarde da noite nas emissoras da Record. Ele chegou a ter um quadro fixo dentro do programa policial "Cidade Alerta", no período da tarde, quando entrava ao vivo para uma espécie de benção aos telespectadores. Crivella, engenheiro de formação, é também um respeitável cantor (muito melhor que Roberto Jefferson, por exemplo). Tem mais de uma dezena de discos evangélicos gravados, cujas vendagens já lhe garantiram discos de ouro, platina e diamante. O mais bem-sucedido é "O Mensageiro da Solidariedade", com 1,38 milhão de cópias vendidas. Segundo a assessoria do senador, ele repassa toda a renda dos CDs ao Projeto Nordeste.