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Tropa Miúda

Mano Lima

Como é triste o berro da tropa parceiro que vem flagelada
O tropeiro levanta o terneiro que cansa na beira da estrada
Ao ver essa tropa que vem assoriada sem pasto e sem água
Me lembro meu povo miúdo e sofrido sem rumo e sem nada.

O sol que alumia é a libre de ouro que falta a meu povo
Que chora por dentro sem graxa e sem sonho tão simples retovo
O pranto que eu choro me cai e se some na barba morena
No lombo do vento vaga o pensamento que reponta minhas penas

Não me julgo campeiro mas queria ser tropeiro de alma
Pra ajuntar as crianças cansadas e com fome e do chão das calçadas
Mas fico pensando e me perguntando afinal quem sou eu
Sou a poeira da estrada, o berro da boiada que o mundo esqueceu.






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