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Rubens Colombo Lima

Mano Lima

Hoje levantei cedo demais
Senti saudade tua meu pai
Olhei pra cadeira onde mateava, tava vazia
E um silêncio tomou conta de mim
Quando na cabeceira da mesa
Tu também não tava
Então lembrei de minha infância
Não só do grande pai
Mas também do grande amigo
Do carinho que tu me dava
De teus ensinamentos
Que no momento nem tanto me importava
Mas era em ti que eu me espelhava
Agarradito em tuas bombacha foi que aprendi a ser homem
Aprendi a ser humilde pra não ser humilhado
Ser amigo dos amigos
Respeitar pra ser respeitado
Me ensinou a ter coragem para dominar meus próprios impulsos
E procurar tar sempre com a verdade do lado
Pois o mal só reponta os fracos
E esses por si já são derrotados
Não te preocupa com o que pensam de ti
Mas e sim com tua consciência
O homem é o que é
E não aquilo que qualquer um pensa
Tenha capricho em tuas atitudes
Como um pingo bem encilhado
Te não tenha medo de pedir desculpa quando estiver errado
E sempre que puder perdoar, perdoe
Sem se sentir derrotado
Pois feliz o homem, que tal a grandeza, que cruzou por cima do pecado
Não tenha vergonha de ter terra nas unhas
Mas a alma limpa como a vertente de um lajeado
Tenha compromisso, seja honesto, trabalhador
Justo e agradecido
E quanto mais longe for
Mais se lembre de onde tenha saído
Por mais que tenha vencido
Nunca cruze por cima
De quem tivesse caído
Pois mais vale um homem desarmado
Do que uma arma sem homem
Mais vale um pobre coitado do que um coitado de alma pobre
Na fumaça de um fogo de chão
Do velho galpão onde nós mateava
Ficou curtido o que tu me passava
Como a rainha de minha lembrança
Pra curar esta ferida
Pois tenha certeza meu velho
Que teus ensinamentos que me ajudaram
A conquistar um espaço na vida
Hoje levantei cedo demais
Pra pelo menos em pensamento
Matear contigo meu pai

Composição: Glauco Fonseca Vieira/Mario Rubens Battanoli de Lima





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