Meu canto é terra pra planto e um solsau de céu de azul
É tropa grande do canto de todo artista do sul
Que homenageia quem canta com cerne, gana e essência
Por que é na nossa garganta que vive a nossa querência
Meu canto galope adiante e vai pedindo união
Pra quem não gosta que eu cante respondo com o coração
Não canto pedindo guerra, a paz é tudo que trago
Meu canto brota da terra semeando luz pelo pago.
Por isto que esta mensagem em todo o pampa se expande
E leva minha homenagem aos artistas do Rio Grande
E assim o meu canto se manda nos corredores do vento
Leva uma de calandra que cada um tem por dentro.
Meu canto é o canto do grilo que sente falta sozinho
Do Aparício Silva Rillo, do Gildo e do Passarinho
Escuta ao longe no tempo o Cenair e o Pipim
Cantando junto com o tempo pra que jamais tenha fim.
Me chamam de grosso eu não tiro a razão
Eu reconheço a minha grossura
Porém sei tratar a qualquer cidadão
Até representa que eu tenho cultura
Se meu destino é cantar, eu canto,
Meu mundo é mais que chorar, não choro
A vida é mais do que pranto,
É um sonho com matizes sonoros.
Das roupas velhas do pai queria que a mãe fizesse
Uma mala de garupa e uma bombacha e me desse
Ninguém tem culpa João, ninguém
Ninguém tem culpa João Ninguém
Teria que ser assim
Tudo que nasce um dia tem fim.