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Maragatos E Chimangos

Mano Lima

Com um par de esporas e um par de botas garrão de potro
Foram crescendo um de um lado e outro do outro.
Um maragato de cruz na testa federalista
E um chimango republicano que era borgista.

Mas enquanto a guerra dormia e sonho crescia nos Mbororeano
Que brincavam todos os dias na sua infância fazendo planos
Mas o destino maleva os dois estava cuidando
Pra quando crescessem seguisse o clarim e a voz de um comando

Veio a revolta e lá se foram os dois soldados
Dois amigos que como irmãos tinham se criado
Lhe toparam de cara a cara e de frente a frente
Dois valente, mas que nunca tinham brigado.

Foi numa noite de tormenta e de chuva forte
Que se toparam as duas forças em duras naus
Numa invernada de boi criado e caborteiro
Que apartou o entreveiro disparando com o temporal.

E foi nesta noite que se toparam os dois teatinos,
Bem no lugar onde o destino marcou
E o pai de um deles que peleava ao lado do filho
Disse vamos embora tu não vê que a tropa recuou.

Desculpe pai um homem morre, e não recua;
Vai com a tropa que eu vou ficar com o que tu em ensinou.
Por serem taura os dois gaúchos era arrojados
Se rebelaram pela garupa do cavalo.

Peleavam brincando igual dois capinchos na enchente
Dois rio-grandenses um lenço branco e um colorado
Conhecer as coisas só nos ajuda livrar do perigo
Prestar atenção pra mesmo na guerra não ser bandido.

O chimango viu o seu lenço branco ficar tingido
Com o sangue do corpo por que já vinha vindo ferido.
Percebeu então quer a amizade é mais que um partido
Largaram as armas e se abraçaram os dois amigos.






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