O sabiá na goiabeira cantou chamando o bem te vi,
Anunciando um novo dia de saudade...
Do violeiro na janela, da moça bela no jardim,
Da molecada que brincava pela manhã.
E da varanda eu via a praça,
e o meu velho pé de figueira,
Cobrindo um pedaço da história da cidade
Do sanfoneiro já cansado,
da roupa velha no varal,
Do vagabundo que sonhava acordado.
Queria ver de perto a poeira
Que o gado faz quando passa nas ruas,
Queria ver de perto a lua cheia
Com a minha namorada.
Queria ter nas mãos a poesia
Do trovador que já não canta mais,
Queria ter nas mãos a ousadia
De um dia ainda poder voltar.